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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Uma Visita a Sintra cheia de Surpresas e de Arte

"E tudo começou assim...

Um dia fomos passear a Sintra, um grupo do CENTRO DE ESTUDOS & ARTES localizado nos Casais de Mem Martins, de mochila ás costas (bem fornecida de alimentos e água), sapatos práticos e chapéu na cabeça. Concordámos todos em começar o dia pelo Museu de História Natural e chegámos à porta à hora de abertura, a equipa do museu ficou surpreendida com a nossa chegada...expliquei que não tínhamos pressa e que todos os elementos do grupo se portavam muito bem, pois já é nosso hábito fazermos visitas a museus, exposições de arte, etc. Entretanto, veio a pessoa responsável dizer-nos que estavam à espera de um grupo com marcação de cerca de 100 pessoas, mas que podíamos entrar de imediato. Entrámos e surpreendentemente alguém muito simpático acompanhou-nos na visita mesmo numa situação de surpresa sem marcação (as coisas estavam a correr bem!)...durante a visita a responsável pelo museu chegou ao pé mim e disse que iria acontecer um momento de "hora do conto". Olhei para o grupo e todos acenaram que sim com a cabeça, a resposta foi imediata, íamos ter um lugar arranjado à ultima da hora para assistir ao conto "o marinheiro". Seguimos a visita no meio da confusão que cem crianças conseguem fazer num museu...e subimos finalmente ao piso de cima para ir assistir ao Conto. Todos se portaram bem e gostaram daquele momento tranquilo e cultural, sem percebermos ao certo que grupo de teatro era aquele, agradecemos e seguimos o nosso caminho, pois já estávamos cheios de fome. Organizámos o grupo e fomos direitinhos às mesas do Parque das Merendas onde habitualmente almoçamos, quando vamos a Sintra. 

Postal da Casa das Cenas em Sintra
Decorrido o almoço em pleno convívio com a natureza fomos fazer a volta do costume pelas ruas da vila despertando a atenção dos turistas pela alegria com que as crianças percorrem as ruas e sentem a história dos livros sobre Sintra saltar para a frente dos seus olhos (eu sou tipo guia/professora chamando a atenção para cada cantinho, cada pormenor), de repente ali mesmo numa rua ao lado do edifício do turismo fiquei um pouco mais à frente que o grupo e vi sobre uma porta escrito "HORA DO CONTO" pensei para comigo "Nunca vi isto aqui! E espreitei...". Qual não foi a minha surpresa quando vejo dois rostos sorridentes a olharem para mim e a convidarem-me para entrar. Expliquei de imediato que os tinha visto no museu...e disseram para chamar o grupo. Entramos e estava o Jozé Sabugo e o Pedro Zigga a almoçar uma tigela de sopa e pão com queijo numa mesa redonda no meio da sala, rodeados por um mundo de objectos saídos de todas as histórias de Horas de Conto ou de peças de teatro executados pela CASA DAS CENAS, para além de estantes com livros, instrumentos musicais, cadeiras antigas e muitos outros objectos que nos fizeram passar como um portal para outro mundo...este sentimento foi partilhado com as crianças e jovens que nos acompanhavam! E depois de algumas horas que nem foram contadas no relógio à conversa, enquanto cada jovem teve uma experiência musical em que cantaram e tocaram um instrumento. Em cada palavra trocada fomos aos poucos cimentando a muita vontade de fazer alguma coisa pela cultura...de fazer uma parceria...para os jovens, para todos aprenderem pela arte...pela vida!
Cartaz da Festa da Hora do Conto
com o programa a passar no Centro de Estudos e Artes
 de  Mem Martins
Nesta sequência, a 4 de Outubro  de 2014, decorámos o nosso espaço e recebemos o grupo (Acusa Teatro) da CASA DAS CENAS no âmbito da FESTA HORA DO CONTO 2014...estivemos poucos mas o momento aconteceu e correu muito bem ! Parabéns à CASA DAS CENAS."

Este texto acima foi retirado do Facebook do Centro de Estudos e Artes de Mem Martins e,  é o testemunho de um Grupo que experiência um dia de Educação pela Arte em Sintra e participa de um roteiro cultural,    " de fazer alguma coisa pela cultura.." Este feliz acontecimento leva-me a escrever quatro versos - numa quadra do livro " Um Tempo de Cata-Sol " de Maria Almira Medina de 2007.

Mas a lua não tem fundo
tem entranhas generosas
transforma a fome em fartura
dá-nos pão e dá-nos rosas.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Estação de Sabugo - Património Cultural Oitocentista de interesse público


Estação do Sabugo ( lado Norte)
Estação Ferroviária de Sabugo, também conhecida como Estação de Sabugo, é uma gare ferroviária da Linha do Oeste, que serve a União de Freguesias de Almargem do Bispo, Pêro Pinheiro e Montelavar  no Concelho de Sintra.
Junto a esta estação (lado norte) podemos ainda encontrar a antiga gare de mercadorias que serviu, entre outros pormenores para se instalar uma unidade Fabril da Motra-Siemmens em 1964.
Estação do Sabugo ( lado Sul)
                                                                          Um pouco da sua História.               Em 1888, século XIX,  foi concluído e aberto à exploração pública aquele que se supunha vir a ser um dos grandes eixos ferroviários nacionais, Lisboa - Leiria. A construção da Linha do Oeste, assim designada, foi atribuída a Henry Burnay & Cª, porém, por contrato de 9 de Maio de 1883 foi a mesma transferida para a Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses que acabou por iniciar a sua exploração em 1887, então até Leiria.

Património de Interesse Público - A Linha do Oeste, via única não electrificada, com locomotivas a Diesel, ainda constitui uma oportunidade de encontrar, perto de Lisboa, uma linha ferroviária cujas características de exploração e manutenção contrastam vivamente com a modularidade plástico-insípida que se tornou regra no nosso panorama ferroviário Urbano. A tracção assegurada por automotoras Allan e das séries 450 remodeladas, as estações, entre elas a de SABUGO (ver fotos), de traço oitocentista, são (algumas) um deleite para os olhos. Os seus jardins eram imaculadamente tratados, vasos personalizados com o logo da CP, os alpendres em ferro a proteger os cais, o tipo de escrita dos painéis com os nomes das gares, a sinalética ou letreiro móvel, o reino do azulejo ferroviário, o mobiliário centenário, o apita o comboio para segurança dos passageiros, a calçada portuguesa com o nome da estação, as bandeirinhas na mão do chefe de chapéu branco e fato azul escuro. Estas particularidades fazem deste equipamento (bem como de outros de Norte a Sul do País) um património de interesse público. A Linha do Oeste é mencionada por escritores em peças de Teatro e uma referência aos estudiosos dos usos e costumes do Folclore Nacional.